Amanhã, dia 19 de maio, é o Dia
Nacional da Defensoria Pública, e esta instituição merece todas as homenagens,
em especial a Defensoria Pública da União, por ser o que é, fazer o que faz, e
exercer o acesso à Justiça nas condições em que atualmente o exerce. Curiosamente,
nas faculdades de Direito, o acadêmico costuma se ver como um futuro juiz,
promotor ou advogado, mas raramente cogita em fazer carreira como defensor público,
e este sutil esquecimento é uma das razões pelas quais é importante mostrar à
comunidade a importância deste órgão.
Sem desmerecer o Superior Tribunal
de Justiça, cujo slogan é “o tribunal da cidadania”, penso que o verdadeiro
órgão da cidadania no país seja a Defensoria Pública, simplesmente por sua
essência. No Brasil, bem como em muitos outros lugares, a única forma de obter
determinados direitos é pela via judicial, e, para aqueles que não têm como
pagar um advogado e as despesas do processo, a Defensoria é o elo que liga o
direito ao seu titular, e muitas vezes é necessária a sua intervenção para que
uma pessoa exerça direitos que ela obviamente tem, como o de receber uma pensão
alimentícia ou de retirar um valor de FGTS bloqueado. Ainda, a mera existência
da Defensoria é importante para que o indivíduo, carente de informações, saiba
que ele tem “direito a ter direitos”.
Esta missão institucional – a de
deixar a “Justiça ao alcance de todos” – é fundamental para que a desigualdade
social se amenize ou caminhe para um fim. Não basta o assistencialismo barato,
de distribuir cesta básica e dinheiro; é preciso distribuir Justiça, e só se
pode fazê-lo com auxílio da Defensoria Pública. É imprescindível, portanto, que
esta instituição seja fortalecida.
Neste sentido, cabe aqui o parabéns
em especial à Defensoria Pública da União, e a todos os defensores públicos
federais, justamente por exercerem o acesso à Justiça nas condições em que o
exercem. Atualmente, existem apenas 471 defensores públicos federais em todo o
Brasil, e, destes, apenas 7 estão lotados no Estado do Amazonas. Pior: a DPU
não possui autonomia funcional, administrativa e iniciativa de proposta
orçamentária, e isto significa que há enorme dificuldade, por exemplo, para a
aquisição de sede própria, realização de concurso público ou mesmo coisas mais
simples, como o reajuste da bolsa dos estagiários.
Em suma, os defensores públicos
federais têm o dever de não só defender os direitos daqueles que foram
esquecidos pelo restante da sociedade, mas também o de lutar por condições de
trabalho que sejam condizentes com a posição que ocupam e com a missão que lhes
é dada pela Constituição Federal. A essas vozes, a voz da população também deve
se juntar, a fim de que esta instituição tão importante ganhe força.
Neste próximo dia 19 de maio, que a
luta por uma Defensoria Pública mais forte (e, consequentemente, uma Justiça
mais igualitária) continue, ganhando vigor. Afinal, a Justiça não será Justiça
enquanto não estiver verdadeiramente ao alcance de todos.
Publicado no jornal AMAZONAS EM TEMPO em 18 de maio de 2013.
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